Avaliação
Usabilidade do Painel
Pedra Refratária Inclusa
Design Externo agradável
Cocção lenta no modo air fryer
Temperatura alta no topo e na porta (vidro simples e sem manta térmica)
Baixa proteção contra manchas e ferrugem em áreas da cavidade interna
Desempenho
Design e Acabamento
Praticidade e Versatilidade
Limpeza
Segurança
Outros Pontos
Amplitude Sonora
Recentemente, a KitchenAid entrou na disputa por um pedacinho diferente do mercado com seu Forno Air Fryer de bancada KOG21.
É o primeiro forno que vemos da marca no Brasil. Nos Estados Unidos a KitchenAid tem refrigeradores e eletrodomésticos grandes, mas no Brasil caminha cautelosamente. Seu catálogo conta com somente alguns eletroportáteis, sendo o carro chefe a queridinha Batedeira Planetária KitchenAid Artisan, um modelo centenário que já avaliamos.
Este forno elétrico chama a atenção. Seja pela borda com cor diferenciada ou pelo painel digital na parte inferior do forno, é comum ouvirmos comentários positivos sobre o visual dele.
O corpo é todo metálico em preto fosco, feito por uma só chapa metálica dobrada, característica comum em fornos elétricos. Um destaque é a borda ao redor da frente toda em grafite. Ali colocaram uma pintura metálica automotiva com um efeito meio perolado, dá um charme.
Indo para as laterais e fundo, o acabamento é simples. Agradável visualmente, porém a pintura deixa marcas muito facilmente ao encostar. O encontro entre as peças está bom, sem deformações aparentes e parafusos ficam em áreas não expostas aos olhos.
A porta é toda de vidro, com borda preta e uma janela transparente grande no centro. No topo fica o pegador em inox, acompanhando o vidro quase de lado a lado.
No canto da alça a empresa colocou um acabamento cromado escrito “KitchenAid 1919”. Personalizando a área com o ano de fundação da marca americana.
A porta deste forno com airfryer é feita de um único painel de vidro temperado, assentado sobre uma estrutura metálica na parte interna. Infelizmente não tem porta de vidro duplo para melhor isolar o calor.
A junção do metal com vidro está bem feita, sem frestas aparentes, mas não há como removê-lo para limpeza. As dobradiças da porta são de aço simples, mas bem feitas.
Na parte inferior da face frontal encontramos o painel que segue o tom fosco das laterais em uma chapa metálica visualmente agradável. Aqui há um display digital, dois seletores e 3 botões.
Os dois seletores são plásticos, pretos, lustrosos com as laterais texturizadas. Visualmente agradáveis e agradáveis de rotacionar. O seletor do centro, para selecionar as funções é rígido, transmitindo robustez. O seletor sobre o display é meio "molenga", pareceu meio frágil. Ele também é um botão e apertando ele é possível transitar entre a seleção de tempo ou temperatura.
O seletor da esquerda alterna entre os 9 diferentes modos de funcionamento. Aqui a KitchenAid deixa evidente de que este forno é um modelo global, pois toda a interface está em inglês. Poderiam ter pelo menos feito a face metálica com serigrafia em português, pois alguns nomes vão exigir conferir no manual para entender o que é:
Ao lado direito do painel temos 3 botões pequenos, em ordem de cima para baixo os botões:
Agradou a utilização da interface. É fácil de programar e também entender as opções de cada programa. Não é possível selecionar as resistências independentemente, mas através das funções isso acontece. Grelhar por exemplo ligará somente a resistência superior, fermentar ligará somente a inferior.
A função fermentar é limitada ao máximo de 32°C e 1 hora de funcionamento, o que indica que é mais propícia para fermentar pães. Não será útil para fermentar iogurte ou arroz para o preparo de dosa infelizmente. Grande parte das funções está liberado para escolher a temperatura desejada, podendo ir de um minuto até duas horas de funcionamento. Na opção desidratar é possível programar até 12 horas de funcionamento sendo a temperatura máxima 82°C. É engraçado que todas as temperaturas mínimas e máximas são números "quebrados", pois a unidade foi desenvolvida usando Farenheit como unidade de medida base. Caso você goste de usar essa medida, é possível ir nas opções e mudar de Celcius para Farenheit. Acho pouco provável, mas é possível ;-)
Internamente o forno emprega materiais bem simples e deixa a desejar. Apesar de possuir pintura nas laterais e fundo, o topo e a face inferior não são pintados e ficam diretamente no aço. Essa falta de cobertura favorece o enferrujamento e piora a limpeza.
Para tentar combater, a parte inferior do forno acompanha uma bandejinha coletora que infelizmente também não possui pintura.
O forno da KitchenAid possui dois conjuntos de resistências que ficam expostas: uma superior e outra inferior. Em adição, como é um forno com airfryer, no fundo se encontra um ventilador de convecção. Possui um visual agradável com um anel cromado ao redor.
O volume declarado é de 21 litros, porém há perdas de espaço principalmente por conta das resistências. Sendo assim, o volume interno útil marca cerca de 15 litros. Essa queda no valor é comum em fornos.
As dimensões internas são razoáveis, com 36,1 cm de largura por 32,1 cm de profundidade e 18,6 cm de altura. Acomoda sem muitos problemas uma pizza de aproximadamente 30 cm. Isso é relevante pois um dos principais acessórios é uma pedra refratária.
Além da grade cromada comum entre fornos, a KitchenAid inclui alguns acessórios extras:
Tirando a Pedra para pizza todos os acessórios são bem básicos e simples.
O maior ponto negativo fica no cesto para air fryer. A chapa expandida é uma solução barata e extremamente desagradável, principalmente quanto à limpeza depois de preparar alimentos gordurosos.
Um diferencial deste forno quanto a air fryers tradicionais é a possibilidade de atingir temperaturas maiores. Enquanto a maioria das air fryers tem a marcação máxima em 200°C, aqui o limite é 232°C, o que ajudaria bastante em alguns preparos como carnes. Pelo menos em teoria, na prática o resultado foi outro.
O controle de temperatura do forno está razoável para preparar alimentos mais secos como grãos. No pior dos casos fica 12°C abaixo do selecionado. Isso ocorre na temperatura máxima, atingindo 220 °C quando selecionado 232°C.
Já quando utilizando alimentos mais úmidos (carnes, bolos) o erro é grande. O forno estava 40°C abaixo da temperatura do seletor! Apenas 195 °C em 232°C. Este erro de temperatura é muito grande, incomoda e vai atrapalhar no preparo de inúmeras receitas. Demandando mais tempo do que o imaginado.
Sendo assim, a vantagem de sua temperatura máxima ser maior que air fryers convencionais cai por terra.
Devido a ausência de manta térmica e a porta ter somente vidro simples, o KitchenAid KOG21 acaba tendo uma contenção de temperatura baixa, o que acaba afetando seu consumo de energia. Obtivemos nesse forno um consumo 0.67 kWh, próximo do consumo de alguns fornos com o dobro da sua capacidade.
É o caso do Mueller Fratello com 44L de volume e consumindo 0,86 kWh durante o mesmo tempo, trabalhando na mesma temperatura.
O ruído sonoro emitido pelo forno é baixo e o momento em que faz barulho é durante o uso de convecção, marcando 49 dBA. É menos ruidoso que a maioria de air fryers. Caso não esteja usando a convecção, o forno não faz barulho, a não ser os leves estalos pelo liga e desliga das resistências. Dá pra considerar um ponto forte em cima das air fryers tradicionais.
Nos testes realizados foram preparados os típicos alimentos que são usados nas avaliações de air fryers assim como exploramos alguns extras devido a função de pizza e desidratar.
Usando a função Air Fry e o cesto de chapa expandida, os 400 gramas de batatas se espalharam bem. Não deixar as batatas sobrepostas ajuda no preparo.
O resultado teve uma boa coloração, as batatas ficaram douradas em pouco menos de 20 minutos. Apesar disso, diversas batatas estavam com pontas queimadas, mas internamente, muitas delas estavam praticamente cruas.
Agitar o alimento durante o processo não é uma tarefa fácil. Se torna necessário puxar o cesto por completo com ajuda de uma luva ou toalha. Não é o melhor dos casos, pois corre o risco de encostar e queimar o tecido na resistência inferior. Vale mais é nem mexer na bandeja. O air forno da Mueller tem uma bandeja similar a essa, porém lá o resultado foi ótimo, até mesmo sem mexer as batatas.
O preparo de pães de queijo na função Air Fry demandou um tempo considerável para terminar. Preparando em 160°C levou quase 17 minutos, enquanto em uma air fryer que entrega bons resultados, consegue fazer isso em 10 minutos.
Recomendamos assar em 180°C para um melhor resultado, mas ainda levou cerca de 14 minutos.
Os pães estavam bem assados no topo e embaixo, porém não chegaram a crescer muito e permaneceram moles no exterior, sem aquela casquinha crocante ao redor.
Preparando carnes mais espessas como hambúrgueres, o forno na função Air Fry precisou de mais tempo do que a média das air fryers do mercado. Esse teste é executado a 200°C no seletor, preparando o alimento por 10 minutos contínuos. Depois disso, abrindo a carne ainda estava bem abaixo do ponto.
Mesmo adicionando 5 minutos para a carne assar completamente, o resultado ainda se manteve próximo do mal passado.
Por outro lado, como é possível colocar mais temperatura do que os típicos 200°C das air fryers do mercado, fizemos o teste com ela a 230°C. Nessa condição em 10 minutos o resultado foi uma carne no ponto, assada por igual, no ponto.
Durante esse processo, uma surpresa infeliz é a quantidade de fumaça gerada. Como a resistência fica próxima dos alimentos, gordura acaba respingando ali e faz uma névoa.
Como o forno vem com uma pedra e uma função específica para pizzas, fizemos uma massa caseira e preparamos algumas pizzas. Pre aquecendo o forno em 230°C com a pedra presente no forno, o preparo das massas teve um ótimo resultado.
É importante deixar a pedra pré aquecer com o forno e utilizá-la, pois fazendo somente com uma forma metálica o resultado será consideravalmente inferior.
Foram preparadas banana chips usando o forno em 70°C com o sistema de convecção. O resultado foi bom e analisando as temperaturas quando trabalhando com o modo desidratar em 50°C, o controle de temperatura é ótimo, variando pouco a temperatura e não ultrapassando a temperatura programada. Para os crudívoros será possível desidratar sem exceder os limites de temperatura desejados.
Vale ressaltar que o espaço é pequeno para desidratar. Mesmo que use os dois níveis disponíveis ainda é muito pouco.
Um ponto de acúmulo fica no vão da porta. Pode escorrer gordura para a região e é bem difícil de limpar pelo vidro não ser removível. Muitos fornos permitem a remoção de pelo menos um vidro e alguns permitem até a remoção da porta por completo.
No interior, o ventilador de convecção no fundo da cavidade não pode ser limpo sem desmontar o forno. Vira um grande ponto de acúmulo de sujeira.
Além disso, como apenas algumas de suas paredes são pintadas, o topo e a face inferior tendem a ser mais difíceis de limpar, além de se manchar e enferrujar com mais facilidade. Até mesmo a bandeja coletora será difícil de limpar e manchará por também ser somente uma chapa de aço galvanizada.
Um contraste claro disso é a bandeja esmaltada. Por conta de seu revestimento esmaltado, é limpa com facilidade, mesmo que caia gordura sobre ela. Além disso é uma peça extremamente resistente a riscos.
O mesmo pode ser dito para as grades cromadas do forno. Somente é importante ressaltar que a pedra da pizza normalmente é assentada sobre essa grade. É comum deslizar a pedra sobre a grade e com o tempo a grade tende a descamar a camada cromada. Vale cuidar quando removendo a pedra para durar mais a vida da grade.
A pedra em si é porosa, lembra uma cerâmica sem esmalte. Aqui a gordura da pizza irá manchar rapidamente a pedra e não tem muito o que fazer. Os óleos liberados pelo queijo e ingredientes usados na pizza irão aos poucos penetrando nos poros e com o tempo a superfície será mais fácil de limpar. Não vai ficar visualmente atraente e ainda demandará uma palha de aço para remover crostas, mas é comum esse comportamento com pedras para preparo de pizza.
Por último é o acessório de cesto para o modo Air Fry. Esse é com certeza o ponto mais desagradavel para a limpeza. Sua limpeza requer um trabalho grande para sequer ficar bom. É um material bem complicado para remover todos os resíduos presos na grade. Aqui vale ter uma escova somente para isso e tirar vantagem de que é uma peça toda de inox e pode ir dentro da lava louças.
Por mais chato que seja, é uma grade tipicamente usada nesse tipo de produto. O forno fryer da Mueller usa algo similar, tão chato quanto para limpar.
Quanto à segurança a falta de isolamento térmico deixa pontos que requerem um cuidado extra. Em um ambiente em torno de 23°C na porta foi medido temperaturas acima de 115°C e no topo passou de 125°C. Pelo menos o pegador fica a uma distância boa, e mesmo com a porta quente está seguro ao toque.
Outro ponto negativo de segurança é justamente a dificuldade de remover o cesto de air fryer. As resistências ficam muito próximas, tornando possível encostar nelas e se queimar com algum deslize. Ainda sim, grande parte dos fornos com air fryer seguem um padrão similar.
A estabilidade do conjunto sobre uma bancada é boa. Os pezinhos de borracha e o peso do produto dificultam que deslize sobre superfícies lisas. O cabo de alimentação poderia ser um pouco mais longo, com 93cm de comprimento.
A fuga de corrente não é alta, mas é considerável. É importante aterrar o produto para a durabilidade de seu produto e para garantir sua segurança, pois a unidade é toda de metal.
Este forno possui 1800W de potência então usa um de 20 Amperes para 127V. Pelo que pesquisamos ainda não tem disponível uma versão 220V no mercado.
A KitchenAid oferece 1 ano de garantia neste forno desde a data da compra do produto.
Acessórios
Acionamento contínuo
Altura (cm)
Altura Interna (cm)
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