Ferro de passar Vicini VCL-021

Avaliação do Ferro de Passar a Seco Vicini VCL-021 | Harpyja

Antes dessa avaliação confesso que não conhecia a marca Vicini. Dando uma pesquisada na internet, não encontramos um site oficial, mas os produtos estão sendo vendidos em muitas lojas online de forma dispersa. O foco parece ser em eletroportáteis simples  e de baixo custo como cafeteiras, fogões elétricos e ferros de passar. Se encontram dois modelos de ferros, o VCL-031 com opções de vapor, e este modelo a seco mais simples: o VCL-021.

Design e Acabamento

Este modelo da Vicini traz uma silhueta mais curvada e única em comparação aos outros ferros que avaliamos anteriormente. O corpo é branco e algumas peças em azul claro trazem uma aparência mais singela.

O corpo é de plástico mole, com a base sendo mais rígida para suportar as temperaturas da chapa. A divisão entre essas duas peças é marcada, servindo também como detalhe. O encontro de outras peças no corpo, porém, revelam desencontros não propositais. O acabamento da unidade é vulgar, mas não está tão distante de outros ferros mais baratos. O Mondial FSN-55, por exemplo, tem encontros um pouco melhores, porém a mudança de material do corpo para a base é mais óbvia que o Vicini pela mudança de coloração apresentada.

A chapa de aquecimento é revestida por um fino antiaderente. A qualidade é baixa, mas mediana entre ferros: suscetível a riscos de zíperes e detalhes metálicos, ou até mesmo da unha se fizer com força. A área coberta totaliza 138cm², ficando cerca de 15% menor que os avaliados anteriormente.

Praticidade

A unidade é perceptivelmente leve. Mesmo incluindo seu cabo de alimentação com quase 140 centímetros, o ferro registra 495g. A folga do cabo é bem simples, menor que o Agratto Facile, mas ainda faz seu trabalho. A movimentação é livre, chamada de 360°, mas poderia ser melhor com 10 ou 15 centímetros a mais de extensão.

Quem tem mãos menores deve gostar mais da empunhadura deste Vicini. Além de mais fina, é bem encurvada. Pessoalmente não me agradou muito, parte pela curvatura acentuada mas também pois ao segurar mais para frente, seus dedos podem encostar no seletor de temperatura. Não é suficiente para mudar a configuração de temperatura, mas reduz o conforto já que seus dedos não estão livres.

Não deve haver problemas quando for usar os dedos para mudar a temperatura da chapa. Os dentes rasos nas laterais não ajudam muito na hora de girar, mas o seletor fica saltado e acessível.

O seletor de temperaturas é cheio de informações. Em essência vemos duas escalas, uma apenas com bolinhas para os níveis de temperatura e outra com sugestões de tecidos. Para um espaço tão pequeno seria bom ter apenas uma destas. A de tecidos apresenta-se de forma mais intuitiva, e faria uma substituição sem falhas de incluísse também os limites máximo e mínimo do seletor.

O marcador da posição é feito pelo indicador de funcionamento. Uma pequena “seta” ou “gota” em vermelho. A peça além de diminuta ilumina pouco, o que faz diferença numa sala bem iluminada. Percebe-se mais o brilho no corpo branco do que na peça em si. Abaixo uma foto com o indicador ligado.

Se passa muitas camisas de botões ou peças de roupa com áreas de difícil acesso, a ponta deve te satisfazer. Fina e pronunciada, é capaz de chegar profundamente entre botões e afins. Entre os avaliados até então, é o mais penetrante. A borda poupa botão se mostrou eficaz, não houve casos em que o ferro passou por cima dos botões.

Desempenho

Considerando as posições sugeridas para tecidos, o termostato do ferro permite uma variação confortável para trabalhar com diferentes tecidos. Existe uma variação, na temperatura média, de 78°C (em Sintéticos) até 170°C (em Linho/Máximo).

A adequação das temperaturas com as sugeridas é a mais próxima que vimos em nossas avaliações. Existem algumas questões que merecem melhorias, mas no geral é possível usar cada tecido de acordo com sua recomendação com uma exceção: passe roupas de lã na opção de Seda. Se preferir, é possível passar tecidos sintéticos na opção de Rayon sem problemas.

Com o funcionamento do termostato, ligando e desligando a resistência, esperamos uma variação entre os picos máximo e mínimo de temperatura. O resultado se mostrou bem próximo de outros ferros, com uma diferença média de 18°C. Com uma precisão maior, seria capaz de trabalhar em temperaturas médias maiores, e atingir o resultado desejado em menos tempo.

Um ponto que não agradou foi que ao ligar o ferro, o primeiro pico de temperatura excede (e muito) a temperatura programada para o ciclo. Na temperatura para Linho, por exemplo, nos primeiros segundos a chapa atingiu 285°C em alguns pontos (100°C acima). Chega a ser desnecessário comentar que esse aumento é capaz de danificar qualquer tecido, além de ser um claro problema de segurança. Em outros ferros esse aumento no primeiro pico existe, mas chega a ser menos da metade do que o observado aqui.

Para não submeter nenhuma peça a estas temperaturas, é recomendado aguardar ao menos 1 minuto e meio após ligar o ferro. Nesse ponto a chapa deve estar a par da configuração de temperatura selecionada.

O consumo de energia do Vicini fica próximo do observado no Mondial. Definimos cerca de 174 Wh na temperatura máxima, ou R$0,13 por hora de uso do ferro.

A Vicini anuncia 1100W de potência e registramos praticamente isso, 1118W.

Segurança

Deixar o ferro em pé não é a tarefa mais fácil em muitos casos. Sua base totalmente curvada, com 3 pontos de apoio, se mostrou insuficiente quando o cabo de alimentação se movia ou permanecia em certas posições. Nesses casos o VCL-021 tombou para frente. Uma base plana seria a melhor escolha, como visto no Mondial e Agratto.

As temperaturas externas da unidade seguem o observado em outros ferros. Com temperaturas nas laterais variando de 73°C a 86°C, esquentando na direção da ponta. A empunhadura se manteve fria, por volta de 35°C.

A Vicini oferta 6 meses de garantia após a data da compra.

Conclusão

O Vicini VCL-021 se mostrou um produto com certo potencial dado sua variação na escolha de temperaturas. A adequação das posições sugeridas para tecidos o tornam amigável para quem está iniciando, porém o primeiro pico de temperatura e a base instável preocupam. São problemas que podem ser contornados mas que dependem também das preferências do usuário quanto ao seu peso leve e empunhadura.